Caos na Sicília: greve paralisa transportes, distribuição de remédios e alimentos na ilha italiana
21/01/2012 01:47

Caminhoneiros, agricultores e pescadores se uniram para protestar contra o preço do diesel e as medidas de austeridade de Mario Monti
Na semana em que o principal assunto foi o naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, o caos tomou conta da Sicília, no sul da Itália, devido a uma greve ignorada pela imprensa mundial e mesmo italiana. Desde segunda-feira, caminhoneiros paralisam o trânsito nos principais eixos da ilha e bloqueiam o acesso às centrais de distribuição de alimentos, produtos farmacêuticos e combustível. Os atos visam protestar contra o aumento no preço do diesel e dos pedágios e mudanças na legislação europeia que limitam as horas permitidas ao volante.
Os caminhoneiros, em grande parte membros da Associação das Empresas de Transporte da Sicília, logo obtiveram o apoio de pescadores e agricultores da região, e se uniram no Movimento dei Forconi (Movimento dos Forcados, em tradução livre), ultrapassando os limites da região italiana e espalhando-se até as regiões da Calábria, Basilicata, Abruzzo e outras partes da península italiana.
Cerca de 50 manifestantes estão acampados em frente ao palácio de Orleans, sede do governo regional, em Palermo, capital do estado. O porto da cidade foi interditado, assim como a linha ferroviária Palermo-Messina e a refinaria de petróleo de Gela. Barcos que estavam de saída para outras cidades da costa italianas foram obrigados a ancorarem em Palermo; linhas de ônibus também foram canceladas.
O prefeito da capital siciliana, Antonio Napoli, defende os manifestantes: “Essas pessoas estão desesperadas pois com as leis da União Europeia eles não podem mais pescar. O preço do diesel subiu de 30 para 80 centavos de euro/litro em três anos”, informou o Corriere dela Sera, um dos principais jornais italianos. (...)